22 setembro 2005

Sonhos

Na cama (improviso na sala) dormem
e vivem os sonhos – não posso alcançar
O sono profundo dos extenuados,
resumo antevisto deste longo dia

Aventuras infindáveis e até descobertas
quais conteriam, tão curto este sábado?
Tudo reduz quando tanto se cresce...
ou perdemos nós outros o brilho de olhar?

No fundo do fundo do sono pesado
quem visitam eles, em trilhas distantes?
Duendes e fadas ou talvez Pokèmons?
Ou será a lagarta pequena e frágil
que chegou por um fio e se foi num repente?
Ou brasa encarnada? ou vento atroz?

Seriam os sonhos habitados de heróis?
Estariam, ou então, as pessoas humildes
de branco na praia, rituais oferendas?

Vai ver vivem príncipes, princesas e bruxas
Talvez os cachorros e os urubus
de negros vestidos – cavalos dos deuses
buscando os restos que a praia acolheu?
Talvez o mendigo que eles não viram
- Será que não viram...?

No sonho eles partem por trilhas distantes
Em que não alcanço
ou talvez lá já esteja.