28 agosto 2009

CHATA ESSA VIDA

Chata essa vida das gaivotas. Uma sempre no choco e a outra atrás de comida ou tomando banho ou fazendo o mais absoluto nada. Olhando a vista. No máximo batendo boca com outras gaivotas. E gostam de brigar, roubar a comida uma da outra ou grasnar uma com a outra.

Mas o nosso famoso casal passa a metade do tempo no choco. Fazendo absolutamente nada a não ser aquecer os pimpolhos naqueles úteros de casca fina. Por onde os pequenos recebem o ar e o calor que o adulto de plantão placidamente dá.

Enquanto isto, a outra gaivota chegou e pousou na mesma pedra que, na outra vez, ela usou para não fazer nada. A pedra do nada.

E assim nossas gaivotas vão nomeando os seus domínios. E assim elas envidam as pedras do Itaguaçú. Ali onde temos o ninho, um pequeno Pão de Açúcar margeado por uma serra de Liliput. Monolitos emersos pequenos do mar da Baía Sul.

A troca de turno se dá de um modo pouco cortês. Acho que nossas gaivotas precisam discutir a relação. A de plantão voou para a pedra do namoro, deixando os ovos a descoberto. Cadê mamãe? Cadê papai? Os ovos se perguntam. Deve ser a segurança que elas têm devido à falta de inimigos naturais. Rapidamente a da pedra do nada assume o posto. Nem olharam uma para a outra. E a vida segue chata para as gaivotas do Itaguaçú.

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