Mas o dia segue assim. Completamente ensolarado. Primaverilmente ventoso. O Nordeste continua a soprar, forçando o tempo bom. Nesta condição favorável de sol e vento e praia e água, um guri deixa sua bola ir. Se vai para a água, na inclemência do vento que a sopra para lá. E na água se foi mar adentro, até que uma das bruxas a pega em seu regaço. Uma bruxa-pedra pequena e velha. Enrugada, a pedra segura a bola que fica ali, para desespero do guri a clamar pelo pai.
O super-herói de plantão, o pai. E o homem, de calção, entra na água e nada. Nada e nada. Assim como pode, assim como sabe. E chega na pedra que manteve consigo a bola. Como se soubesse. Como se viva fosse. E lá a bruxa alcançou a bola para o pai, cumprindo a sina. Um de super-herói, a outra de bruxa empedrada.
Com a bola na mão, volta ao filho que, na praia, o aplaude e venera, entre gritos e pulinhos de alegria.
E assim roda o mundo. Com seus heróis resgatando tesouros entre as pedras do mar. E sobre elas, as pedras, em seu ninho solitário, a gaivota tudo observa, enquanto doa seu calor aos ovos, onde a vida se enforma.
31 agosto 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário