16 outubro 2009

VENTO E SAL

O vento sul bate forte sobre o ninho. Uma gaivota permanece no posto saindo a seguir, talvez para buscar alimento. O filhote permanece, porém não se consegue ver o infante da calçada.

Daqui se vê que uma gaivota tenta sair da praia em direção ao ninho, mas não consegue devido ao vento contrário. O filhote aparece sobre o ninho. Está só. Aprendendo por conta própria a enfrentar a inclemência dos elementos que farão parte de seu dia-a-dia. O vento e o mar. Fustigado, este joga uma chuva de sal sobre o ninho. Assim é a vida no mar, aprende o frangote.

O vento sopra com força, penteando os jerivás que se agrupam na minha frente. Quatro cabeludos e magros troncos parecem avançar em direção ao sul, com suas cabeleiras penteadas para trás. Parecem saídos de algum filme do Pink Floyd.

Parecem, pois continuam cravados no solo com suas raízes rasas e sólidas. Porém quem avança para a pedra, com voos laterais que os grandes pilotos da Primeira Guerra dominavam, foi nossa gaivota. Acomoda-se no ninho e permanece ali, voltada para o sul a enfrentar o vento. A segunda gaivota pousa na pedra. Permanecem ali por um curto espaço de tempo, já que a primeira volta a alçar voo.

O chuvisqueiro salobro vindo do mar atinge a praia, acabando com o que resta da lata da rural. O mar revoltado com o vento, quebra forte, quase no muro da calçada, levantando um spray que toma conta do ambiente. O próprio vento sacode com força os veículos estacionados na beira. Mas a gaivota resiste sobre a pedra. Não está no ninho. Neste apenas o filhote permanece, tentando se proteger da tempestade de vento e sal.

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